As angiospermas são as plantas com maior número de espécies e de indivíduos e as que ocupam o maior número de habitats. Existem angiospermas no solo, no mar e em água doce.
Os dois grandes grupos de angiospermas podem ser reconhecidos por uma série de características, das quais vamos analisar: estrutura da semente, raiz, folha, flor e fruto.
As sementes das angiospermas têm uma estrutura chamada cotilédone. Na semente de feijão há dois cotilédones, ao passo que na de milho há apenas um. Cada cotilédone corresponde a uma folha embrionária modificada.
Plantas como o feijão, cujas sementes desenvolvem dois cotilédones, pertencem ao grupo das dicotiledôneas, e plantas com um só cotilédone pertencem ao grupo das monocotiledôneas. No milho e em outras monocotiledôneas, emergem da semente as folhas e o primórdio de caule (caulículo) protegido por uma bainha de células chamada coleóptilo.
Em relação às raízes, as dicotiledôneas têm sistema radicular ramificado, com um eixo (raiz) principal de onde partem as ramificações. Por isso, esse tipo de raiz é conhecido como axial ou pivotante. O sistema radicular das monocotiledôneas é fasciculado, no qual não é possível distinguir a raiz principal.
O limbo é a parte da folha que quase sempre é bem desenvolvida. Como regra geral, a folha de dicotiledônea possui limbo com nervuras ramificadas e se une ao ramo por um pecíolo, sendo, por isso, chamada de folha peciolada.
Nas folhas de monocotiledôneas, o limbo possui nervuras paralelas. Cada folha se prende ao ramo por meio de uma estrutura chamada bainha, não havendo pecíolo. As folhas com bainha são chamadas invaginantes.
A estrutura relacionada com a reprodução sexuada é a flor. Essas plantas formam, além de sementes, os frutos.
As flores são unidas aos ramos por um pedúnculo. As estruturas florais ligadas diretamente ao pedúnculo são as sépalas, seguidas das pétalas - ambas protegem as estruturas reprodutivas, localizadas no centro da flor.
Ciclo reprodutivo
A flor prende-se ao caule por meio de um pedúnculo, que tem uma dilatação superior chamada receptáculo onde geralmente se inserem os demais elementos florais. Esses outros elementos constituem os chamados verticilos florais:
> cálice - formado por sépalas;
> corola - formada por pétalas;
> androceu - formado por estames;
> gineceu - formado pela fusão de folhas carpelares ou carpelos.
O cálice e a corola são verticilos de proteção, pois envolvem e protegem o androceu e o gineceu. Na maioria das espécies, as sépalas são verdes e pouco vistosas, mas há exceções como o lírio, que vimos anteriormente.
O androceu é o sistema masculino e o gineceu é o feminino. Existem flores bissexuadas ou hermafroditas, pois possuem tanto o androceu quanto o gineceu.
As flores podem também ser unissexuadas, masculinas ou femininas. Nesses casos, as angiospermas podem ser monoicas quando, em um mesmo indivíduo, há flores masculinas e femininas, ou dioicas, quando na espécie há plantas que formam apenas flores masculinas e outras apenas flores femininas.
O androceu é formado por unidades chamadas estames. Cada estame consta de duas partes:
> filete - um filamento longo que se fixa na base da flor;
> antera - uma dilatação na extremidade do filete, em que são produzidos os grãos de pólen.
O gineceu é formado pela fusão de folhas modificadas chamadas carpelos ou folhas carpelares. Ele apresenta uma porção basal dilatada, que corresponde ao ovário (no interior do qual está o óvulo), e uma porção alongada chamada estilete que une o ovário ao estigma, região apical do gineceu. Nas anteras estão os esporângios, nos quais há formação de esporos por meiose. Estes não são liberados da planta, do mesmo modo como ocorre nas gimnospermas. Cada esporo, composto por célula haploide e envolto por revestimento rígido, inicia a formação do gametófito. Formam-se duas células: a vegetativa e a geradora. O conjunto formado por essas células protegidas pelo revestimento externo rígido é o grão de pólen. Este abriga, portanto, o gametófito masculino imaturo, do mesmo modo como acontece nas gimnospermas.
Nos carpelos, cada esporângio é protegido por um tecido de revestimento chamado tegumento, e o conjunto esporângio mais tegumento é chamado óvulo, de forma semelhante ao comentado para as gimnospermas.
No esporângio das angiospermas, há formação por meiose de apenas um esporo haploide funcional, que se divide, originando o gametófito feminino, o qual é ainda mais simples que o das gimnospermas. Ele é formado por apenas oito células, sendo uma delas a oosfera e outras duas chamadas núcleos polares.
Realizada a polinização, o grão de pólen fixa-se ao estigma da flor. O estigma tem papilas e secreta uma substância de certa viscosidade, o que facilita a fixação do pólen. Quando o grão de pólen é umedecido pelo estigma, forma-se o tubo polínico, que penetra o estilete, descendo em direção ao ovário, onde está o óvulo. O núcleo da célula vegetativa degenera e o da célula geradora sofre divisão mitótica, originando dois núcleos espermáticos. Eles são os gametas masculinos. O tubo polínico corresponde, então, ao gametófito masculino maduro.
Quando o tubo polínico atinge o óvulo, um dos núcleos espermáticos une-se à oosfera, originando o zigoto diploide, e o outro funde-se com os dois núcleos polares, originando um núcleo triploide (3n). Ocorre dessa forma uma dupla fecundação, característica exclusiva das angiospermas.
O zigoto (2n) dá origem ao embrião, que dará origem a um organismo diploide (esporófito).
O núcleo triploide dá origem ao endosperma ou albúmen, que é o material nutritivo a ser utilizado pelo embrião. O desenvolvimento do embrião, do endosperma e demais partes do óvulo forma a semente.
Ocorrendo a fecundação, as paredes do ovário desenvolvem- -se e formam o pericarpo.
s Assim, o fruto consta de duas partes: a semente e o pericarpo. Nas angiospermas, as sementes encontram-se dentro dos frutos porque se originam de óvulos, que ficam dentro dos ovários. As gimnospermas não têm ovário em sua estrutura reprodutiva e, portanto, não desenvolvem frutos.
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